4 de abril de 2010

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Centros de (Des)emprego

Numa altura em que o número “oficial” de desempregados se aproxima rapidamente dos 600.000 e apesar de em Portugal (ainda) subsistirem as baixas qualificações, paradoxalmente, deste elevado número, muitas dezenas de milhar correspondem a licenciados. Estes apenas se inscrevem nos Centros de Emprego por se tratar de 1º emprego e/ou para poderem receber gratuitamente formação complementar e/ou para poderem beneficiar do rendimento social de inserção(!) e/ou do subsídio de desemprego. Fora disto, nenhum licenciado, especialmente os que têm experiência em cargos de responsabilidade, esperará obter emprego através de um Centro de Emprego. E porquê? Porque estes não evoluíram ou se ajustaram a este tipo de desempregados. As empresas, cientes desta realidade, raramente recorrem aos Centros de Emprego quando se trata de contratar quadros intermédios e superiores. Os Centros de Emprego “tratam” todos os desempregados da mesma forma independentemente das suas qualificações académicas e profissionais, bem como da experiência. Só lhes interessa saber, para efeitos de inscrição, qual a profissão que figurará no registo do desempregado. Tudo o resto não interessa. Não ficam com o respectivo CV ou outras informações que ajudem a traçar o seu perfil ou a sua disponibilidade para outras funções. Como se não bastasse, os Centros de Emprego limitam-se a procurar ofertas apenas na sua zona de responsabilidade, podendo até em concelhos vizinhos coexistir vagas que satisfaçam o desempregado. Cada Centro de Emprego parece funcionar de forma isolada como se de uma “ilha” se tratasse em vez de o fazer em articulação com os Centros que lhe estão próximos.

centros de emprego , IEFP , desemprego

Se estas questões começarem a ter resposta, em prol da eficiência, talvez as empresas e os gestores comecem a ter confiança nos Centros de Emprego quando se tratar do recrutamento de profissionais licenciados e qualificados para o exercício de cargos de direcção e de responsabilidade.

1 comentário:

  1. Posso-o informar que os Centros de Emprego já fazem isso que aponta. Mas na realidade persistem as questões que refere, pelo que não resolvem. O defeito é que os C. Emprego são instrumentos de quem está no poder e como tal é dificil executar o seu trabalho de uma mais técnica. Nada tem a ver com os técnicos que nele trabalham. Para bom entendedor meia palavra basta... não é ?

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