A Riqueza da Pobreza

"E eu pergunto aos economistas, políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?"

Almeida Garrett 

Não tenhamos ilusões! Erradicar a Pobreza é o mesmo que erradicar o Mal. Simplesmente não é possível. Mas temos o dever de a mitigar, isso sim. O problema é que alguns dizem que o fazem mas no fundo estão a garantir o seu “sustento”. Muitos já viram o filão e por isso não faltam associações e instituições “amigas” dos pobres. Quem diz dos pobres diz também de outros quaisquer desfavorecidos da sociedade.

De facto a pobreza dá de comer a muita gente, sobretudo aos não-pobres. Assim criam-se fundações e similares para lá colocar AMIgos e fAMIliares com ordenados chorudos. A pobreza é um negócio e garante emprego a muita gentinha que ainda passa por benemérita como se se dedicassem a essa causa em total voluntariado. Ou será que o leitor pensa que aí todos são “voluntários”? A coisa é rentável ao ponto de haver quem passe de um emprego Frágil para um bem mais sólido ao dar um Abraço a uma causa qualquer. E ao serem vistos como beneméritos “arriscam-se” a receber uma condecoração ou qualquer outro louvor de gratidão pública. E algumas destas instituições para além de receberem todos os anos dinheiro (milhões de € nalguns casos) do Estado, isto é do Contribuinte, têm também autorização para efectuar peditórios públicos. Não sei se sabe, mas tudo o que permita donativos em dinheiro seja de peditórios ou de esmolas pode inclusive ser usado como "fachada" para… lavagem de dinheiro! É que o dinheiro “vivo” não “fala”, por isso a colecta pode ser sempre mais ou menos que o real de acordo com as conveniências do momento. O saco é sempre "azul", as suas dimensões é que podem variar.

Claro que não devemos generalizar e por isso seria importante que, em nome da transparência, se separasse o trigo do joio. Todos nós gostaríamos de saber para onde estamos a contribuir e quanto desse contributo chega efectivamente ao destinatário.

Pois então, fiscalize-se…